Jorginho disse não ao Flamengo duas vezes depois que virou técnico de futebol, a partir de 2005. A primeira foi em 2009, antes da Copa do Mundo da África do Sul. O então auxiliar de Dunga no comando da seleção brasileira recebeu o primeiro convite. Depois de longas conversas com o amigo e parceiro, o ex-lateral chegou à conclusão de que eram duas coisas muitos grandes. O Flamengo aceitaria que ele conciliasse, mas o temor de comprometer os dois trabalhos o fez recusar a oferta. No ano passado, a diretoria do Rubro-Negro recorreu a Jorginho outra vez. Com contrato em vigor com o Kashima Antlers, do Japão, disse a Zinho, diretor de futebol do Flamengo na época, que não poderia quebrar o acordo com os dirigentes japoneses. Neste domingo, o tetracampeão, enfim, conseguiu dizer sim. A proposta feita pelo vice de futebol Wallim Vasconcellos e pelo diretor Paulo Pelaipe para substituir Dorival Júnior foi aceita de imediato. Ele tem contrato para comandar a equipe até o fim de 2014 e será apresentado às 11h desta segunda-feira.
Jorginho, de 48 anos, chega ao Flamengo em situação parecida com a que viveu no Figueirense em 2011, seu principal trabalho até aqui. Chegou no meio do Campeonato Catarinense, perdeu a semifinal em casa para o rival Avaí, mas foi mantido e quase levou o time à Libertadores com uma campanha elogiável. Aquele trabalho, alías, é considerado pelos dirigentes rubro-negros como a principal referênica de Jorginho. No Flamengo, o técnico terá a chance de trabalhar com o que ele chama de “start” bom. Isso porque o grupo ainda está em formação e a promessa do departamento de futebol é reforçá-lo para o Brasileiro e a Copa do Brasil. Antes, porém, precisa levar a equipe pelo menos à decisão da Taça Rio. A estreia será no sábado, no Engenhão, contra o Boavista.
Jorginho, batizado na Igreja de São Jorge, em Quintino, não se furta de reiterar sua fé evangélica, mas disse algumas vezes que não repetiria o discurso inflamado do episódio em que pediu que o mascote do América fosse mudado de diabo para uma águia (relembre no vídeo abaixo). Ao longo da carreira, aprendeu a não misturar futebol e religiosidade.
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